Utilidade Pública

Segurança em condomínios: a responsabilidade é de todos

 

               No primeiro semestre de 2009, o site da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo registrou 7 casos de assaltos e “arrastões” a condomínios residenciais na Região Metropolitana do Estado. Em grande parte das ocorrências, um dos moradores ou funcionário é rendido facilitando a entrada no local. Outra investida dos ladrões tem sido se caracterizarem de funcionários de alguma empresa prestadora de serviços, com o uso de uniformes e crachás falsos.

               De acordo com consultor em segurança e instrutor da Universidade do Secovi (Sindicato da Habitação), Florival Ribeiro, a segurança de condomínios é formada por um sistema integrado onde cada componente (estrutura física, equipamentos eletrônicos, funcionários e moradores) tem fundamental importância.

               “O que causa a vulnerabilidade é que o morador e os funcionários não estão integrados ao sistema, e não adianta investir em estrutura física (portões duplos, muros altos) e equipamentos eletrônicos (câmeras de monitoramento, alarmes) se os funcionários não estão treinados para a questão e os condôminos não respeitam as regras de segurança”, ressalta.

               O consultor lembra que as pessoas mudam de casa para prédios apostando no fator segurança, mas se esquecem de tudo o que faziam em casa nesta questão. Um levantamento feito pelo Secovi aponta que 90% das pessoas que moram em apartamentos não trancam suas portas. Outro hábito de risco é deixar as portas do veículo destravadas na garagem do prédio. Os “maus hábitos” de um morador podem colocar em risco a vida de todas as outras famílias que vivem no prédio. A responsabilidade pela segurança num condomínio é de todos. A integridade física do porteiro também é fundamental para a segurança. “Blindar a portaria é importantíssimo, pois se o porteiro não tiver segurança ele não vai oferecer segurança aos moradores”,
ressalta Florival Ribeiro.

               É importante que o condomínio busque a assessoria de uma empresa especializada em consultoria de segurança patrimonial antes de adquirir equipamentos. No caso de câmeras, por exemplo, cada ambiente exige uma aplicação diferente, sendo necessário observar se o equipamento tem a mesma eficácia de dia e de noite (pouca luz), entre outros detalhes. Mas, atenção, um consultor especializado não pode ter vínculos com empresas que vendam ou instalem equipamentos de segurança.

 

DICAS PARA EVITAR ASSALTOS

 

Porteiro:
– Conhecer todos os moradores;
– Não dar informações de moradores a terceiros;
– Não fornecer informações sobre a estrutura física e equipamentos de segurança do prédio;
– Identificar sempre as pessoas que vão adentrar o prédio em veículos, pedindo para abrir o vidro;
– Ao entrar e sair do trabalho certifique-se de que não está sendo seguido ou observado por pessoas estranhas;
– Manter portões fechados e fazer contato somente pelo interfone ao atender visitantes ou prestadores de serviço, mesmo em dias de chuva.

Moradores:
– Não deixar chaves com diarista;
– Avisar o porteiro quando trocar de veículo;
– Manter portas de veículos e apartamentos sempre trancadas;
– Informar ao síndico sobre longos períodos de ausência (viagens);
– Elogiar o porteiro quando ele seguir procedimentos de segurança;
– Ao entrar com o carro verificar se há outro veículo atrás e se os ocupantes são moradores do prédio;
– Informar com antecedência ao porteiro sobre a chegada de prestadores de serviço (pizza, água, telefonia);
– Orientar os filhos para não ceder informações sobre a rotina da casa e de seus pais (quanto recebem, onde trabalham, horários que saem/chegam);
– Obter informações dos empregados domésticos (endereços, telefones, atestado de antecedentes criminais, foto etc. É possível solicitar informações na 2ª Delegacia Especializada em Falsas Domésticas na Av. Zaki Narchi, 152 – Carandiru. Tel.: 6221-3907).

Condomínio:
– Multar moradores que desrespeitem as regras;
– Manter jardins iluminados e árvores aparadas;
– Estabelecer normas de segurança em assembléias;
– Manter atualizados os dados de todos os empregados;
– Instituir uma comissão de segurança do condomínio;
– Além do interfone, manter uma linha telefônica na portaria;
– Estabelecer códigos com os condôminos para denunciar assaltos;
– Treinar porteiros e funcionários quanto às normas de segurança, procedimentos e operação de equipamentos;
– Todos os funcionários devem estar sempre uniformizados, mas deve-se evitar sair do condomínio com o uniforme;
– Buscar apoio da administradora e de uma consultoria especializada para investir em equipamentos de segurança adequados à necessidade do prédio.

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