Utilidade Pública

Santo André oferece educadores nas academias ao ar livre

Frequentadores de academias ao ar livre de Santo André passarão a ser assistidos por instrutores em dias determinados pela Prefeitura. A orientação será feita por equipes do programa  Caminhando Para a Saúde, cujo objetivo é incentivar a prática de atividades físicas com alongamentos, ginástica localizada e caminhada. Antes da expansão do projeto, os espaços localizados em praças e parques da cidade apresentavam apenas painéis com imagens mostrando o modo correto de usar os aparelhos.

Para receber o auxílio dos profissionais, o interessado deve ser morador de Santo André, ter cadastro no SUS (Sistema Único de Saúde) e fazer a inscrição em uma das 33 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município, onde o futuro aluno será informado sobre os dias e horários das aulas. A cidade possui 60 academias instaladas em praças e parques. A Prefeitura promete instalar mais um equipamento do tipo até o fim do mês.

“Não adianta só instalar academias e construir pistas de corrida. O mais importante é oferecer boa orientação, pois assim as pessoas terão um melhor aproveitamento”, analisa o coordenador do programa, Sebastião Fernando Neves.

Segundo Neves, especialista em gestão de serviços públicos da Saúde, o Caminhando para a Saúde nada mais é do que um segmento terapêutico que pode ajudar as pessoas a controlar doenças como hipertensão e diabetes. Por esse motivo, o programa está ligado à Pasta da Saúde, e não à Secretaria de Esporte. Atualmente, 1.037 pessoas estão cadastradas.
“Periodicamente pesamos os alunos, medimos pressão e circunferência abdominal para acompanhar a evolução deles. Também procuramos saber o que melhorou e onde é possível avançar”, explica a encarrega técnica da Unidade de Saúde do Jardim Alvorada, Fernanda Batista.

O grupo que compõe a UBS do bairro é composto por cerca de 90 alunos, que se reúnem todas as terças e quintas-feiras das 7h às 9h para as atividades físicas. Os exercícios nos aparelhos têm início depois dos alongamentos e aquecimento.

“Os equipamentos servem para complementar e tornar a aula mais dinâmica. Apesar de os aparelhos não possuírem cargas, como os das academias tradicionais, eles ajudam muito a movimentar o corpo e acabar com o sedentarismo”, observa a educadora física da turma, Clarice Beltrame.

O aposentado Francisco Campos da Silva, 63 anos, participa do programa há dois anos e aprovou a utilização do espaço. “A primeira vez que usamos foi aqui, os aparelhos são ótimos para movimentar o corpo”. Além do bem-estar físico, Silva aponta outras mudanças. “Meu convívio social melhorou muito, porque eu era uma pessoa fechada. Também estava um pouco deprimido e aqui pude melhorar”.

Uma das mais novas da turma, a dona de casa Ednéia Cachone, 42, também comentou a importância da orientação ao alunos. “É fundamental que as pessoas sejam instruídas para que não façam os exercícios de forma errada e prejudiquem a saúde.”

Diadema
Diadema também oferece orientação aos usuários. De terça a sexta-feira, as 12 academias ao ar livre da cidade oferecem supervisão de educador físico das 6h30 às 9h30. No Parque do Paço o serviço é prestado das 7h às 10h.

Aparelhos sem carga também podem trazer risco, diz especialista

A diferença entre a academia tradicional e a instalada ao ar livre é o peso carregado pelo usuário. Apesar de os equipamentos públicos da região não possuírem carga, eles também podem causar lesões se não utilizados corretamente. “O usuário pode fazer movimentos exagerados de amplitude ou atingir velocidades inadequadas para ele, o que pode gerar problemas. Falta de carga não significa ausência de risco”, alerta o fisiologista do exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Correia.

Para que acidentes não ocorram, o especialista aconselha orientação de um educador físico. “O ideal é consultar um profissional antes de iniciar o treinamento pelo menos uma vez para saber o número de séries necessárias, as posições adequadas e a intensidade permitida. Depois que a pessoa aprendeu pode dar continuidade sozinha.”

Segundo Correia, exercícios feitos de maneira correta nos equipamentos públicos trabalham mobilidade articular, flexibilidade, força e exercício aeróbico, desde que a frequência cardíaca do usuário saia do estado de repouso. “Os exercícios são ótimos para acabar com o sedentarismo. Investir em Saúde é mais barato do que investir na doença”, finaliza.

Fonte: DGABC

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