Mídia, Utilidade Pública, Variedades

Confira entrevista exclusiva do ator Marcos Frota para a revista MBigucci News

Aos 60 anos de idade, 40 de carreira e 31 de circo, o ator Marcos Frota é também um apaixonado pelas questões sociais.

Nascido, coincidentemente, na Rua Casa do Ator, na Vila Olímpia, em São Paulo, Frota passou sua infância em Guaxupé, Minas Gerais, e atualmente mora no Rio de Janeiro, onde mantém o projeto social UniCirco, que leva educação, arte e cultura a centenas de jovens.

ok

Cheio de energia, gratidão e espiritualidade, Marcos Frota, que é o Embaixador do Circo Brasileiro, divide seu tempo entre gravações e picadeiros.  Atuando na série “Malhação”, como o diretor Menelau, ele também já se prepara para viver o vilão do novo filme de Renato Aragão: “Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood”.

De passagem em São Bernardo do Campo/SP para divulgar o novo espetáculo do Circo dos Sonhos, com quem tem parceria, Marcos Frota visitou a sede da MBigucci, onde conheceu o “Big Riso”– Projeto Social da construtora – e concedeu uma entrevista exclusiva aos nossos leitores. Confira:

MBNews: Como surgiu sua paixão pelo circo?
Frota: Foi com a novela Cambalacho, em 1985, quando os diretores Jorge Fernando e Sílvio de Abreu me convidaram para viver um trapezista (Henrique Romano). Minha família nunca teve nada a ver com circo, o que eu tinha era uma paixão de infância pelo circo, mas o que me despertou mesmo foi a novela Cambalacho, há 31 anos. Coincidentemente, eu comecei a minha carreira em 1975, fazendo um espetáculo de teatro no circo, chamado “Coronel dos Coronéis”, pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Eu e a atriz Cássia Kiss. Isso há 41 anos.

MBNews: Sua ligação com a Região do ABC é antiga, então?
Frota: Sim, eu tenho uma grande gratidão pela região. Foi no ABC que eu fiz a minha escolha profissional. Junto com a Cássia Kiss comecei a dar meus primeiros passos no Teatro. Também fui professor da Fundação das Artes de São Caetano do Sul de 1979 a 1984 e tive a oportunidade de estrear o Teatro de Santo André.

MBNews: E o novo espetáculo do Circo dos Sonhos em São Bernardo do Campo?
Frota: É um espetáculo totalmente diferente, um musical circense, com conteúdo de dramaturgia, com coreografia, iluminação e sonoplastia que leva para o sonho, por isso se chama “O Sonho Vai Começar”. São mais de 40 artistas em uma linguagem moderna, uma nova maneira de entender o circo brasileiro. É uma história de circo dentro do picadeiro. Só que com palhaços, trapezistas, malabaristas, contorcionistas, acrobatas… E pela primeira vez este espetáculo está na cidade de São Bernardo do Campo.

MBNews: Por alguns anos você também se apresentava no circo como trapezista. Ainda participa dos espetáculos?Frota: Faço questão de estar presente nos espetáculos. Também estarei em São Bernardo. Minha participação hoje no circo, é como um embaixador, mestre de cerimônias.

MBNews: Você tem um projeto social que é a Universidade Livre do Circo, no Rio de Janeiro.? Como ela funciona?
Frota: A UniCirco é um projeto assinado pela Petrobras dentro da área de Responsabilidade Social, dentro da área de Desenvolvimento e Cidadania. Forma uma outra geração de artistas. Faz espetáculos aos sábados e domingos e durante a semana a gente abre para oficinas regulares gratuitas aos jovens. Três anos depois a gente entrega esses alunos para o mercado, já preparados para um trabalho profissional. Atendemos 800 alunos por ano em uma grande tenda instalada no Parque Municipal da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. A UniCirco nasceu em 2001. Hoje eu vejo o circo como um exercício de cidadania, um despertar do sonho nas crianças, a possibilidade de exercer a cidadania com plenitude. No circo encontrei a maneira de retribuir o que recebi nestes 40 anos de carreira.

MBNews: A MBigucci também mantém, desde 2004, o programa social Big Riso (em que colaboradores se transformam em palhacinhos de hospital). Como você vê a importância de empresas incentivarem o voluntariado?
Frota: É importante para a empresa. O foco tem de ser na repercussão que um trabalho como esse tem dentro da empresa. Para o beneficiado, o pouco que se faz já é muito. Agora para a empresa, é importante para o entrosamento e o trabalho em equipe, é a possibilidade de você interagir dentro da empresa de outra forma. Isso tudo é despertado através de um trabalho como este do Big Riso.

MBNews: Em 40 anos de carreira, você fez mais de 30 novelas, dezenas de filmes e peças. Tem algum papel que você ainda gostaria de interpretar?
Frota:
Gostaria de fazer um personagem transexual. Queria discutir a transexualidade principalmente sob o ponto de vista espiritual. O que é uma alma feminina aprisionada em um corpo masculino, mas é um tema ainda muito polêmico para uma novela. É um tema que ainda gostaria de tratar.

MBNews: Você interpretou personagens marcantes como o Tonho da Lua (em Mulheres de Areia), o Tomás (surdo/mudo – em Sexo dos Anjos) e o Jatobá (cego – em América). Quais as dificuldades e o aprendizado que trouxeram para você?
Frota: Abrir mão da vaidade e focar no ofício, na humildade, é isso o que estes personagens me ensinaram. Os artistas geralmente são muito vaidosos, é preciso abrir mão disso. O Tonho da Lua, principalmente, despertou muito minha espiritualidade, é um personagem inesquecível. Estes personagens também me levaram à uma consciência da cidadania e da luta para a pessoa com deficiência. Criamos o Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência, participamos da lei de empregabilidade para pessoa com deficiência e outras ações.

MBNews: Você também fez a dublagem do personagem Stefano, um leão marinho de circo, no desenho Madagascar 3. Como foi?
Frota: Foi uma delícia. O diretor de dublagem me deu os segredos, os mistérios para fazer a dublagem de forma divertida. Coincidentemente teve uma força muito grande para o circo brasileiro o fato de eu ter dublado um desenho que é de repercussão internacional, como o Madagascar. Foi minha primeira dublagem, mas gostei muito e faria outros.

MBNews: Você tem 4 filhos, Amaralina, Apoena, Tainã e o caçula Davi. Como é sua relação com eles?
Frota: Eu sou pai e mãe. Fiquei viúvo muito cedo, então minha relação com eles é de intimidade e cumplicidade total. Dois deles são músicos, Apoena e Tainã, e a Amaralina, que é minha filha mais velha, é produtora de elenco da Globo. E o Davi, só quer saber de brincar…

MBNews: O Davi, do seu casamento com a Carolina Dickman, é a sua fotocópia. Como vocês lidam com tamanha semelhança?
Frota: Nem fala que ele é muito minha cara, porque se não a Carolina fica brava com você (risos). Eu acho que parece sim, na verdade cada um tem um pouco da gente. Filho é isso, deixa a gente de pé no chão. É ali, todo dia, toda hora…eles serão crianças e bebês sempre.

 

 

VEJA mais