Big Vida

Coleta seletiva de lixo em condomínios residenciais

Além de preservar o meio ambiente, a separação do lixo gera renda e emprego a ex-catadores de rua Em média, cada brasileiro produz cerca de 700g de lixo por dia. Ao primeiro momento pode parecer pouco, mas se fizermos as contas… São 4,9 kg por semana, 21 kg por mês, 252 kg ao ano. Um volume considerável! Cerca de 30% desse total poderia ser reciclado, entretanto, apenas 5%, em média, efetivamente é destinado à reciclagem.

A coleta seletiva de lixo é algo recente no Brasil, que teve suas primeiras iniciativas no Rio e em São Paulo no final dos anos de 1980. Mas a ação vem crescendo e ganhando adesões também de condomínios residenciais. Um exemplo é o Independence Park, condomínio construído e entregue pela MBigucci no Bairro do Ipiranga, que realiza uma organizada e mobilizada coleta seletiva com os moradores dos 185 apartamentos. Segundo o síndico do local, Itamar Barreto da Mota, o prédio possui coletores específicos nos principais ambientes: salão de festa, churrasqueira, playground, portaria de entrada além de dois principais contêineres onde são depositados os resíduos para coleta, que ocorre de duas a três vezes por semana. “Criamos um grupo de trabalho ambiental, específico para estes assuntos. Os moradores também já estão bem conscientes da importância da coleta e realizam individualmente a separação do lixo nos apartamentos, destacou Itamar”. Entre as ações educativas já realizadas pelo Independence Park, está a  distribuição de uma cartilha informativa. “Conseguimos o patrocínio das empresas responsáveis pela administração e segurança do condomínio”, finalizou o síndico.

De acordo com o Departamento de Limpeza Pública de São Paulo, Limpurb, a cidade paulista tem 1.862 condomínios com coleta seletiva. No município de Santo André, 96  condomínios também fazem a separação do lixo. “A retirada dos resíduos secos no município é realizada uma vez por semana por caminhões coletores da Prefeitura, entretanto para condomínios com grande produção deste tipo de material, são disponibilizados dois caminhões específicos, com itinerário próprio”, explica o gerente da Coleta de  Resíduos Sólidos do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental (Semasa), Fernando Arlei Cruseiro.

Em São Bernardo do Campo, a coleta é feita por dois Centros de Ecologia e Cidadania, que foram criados e equipados pela Prefeitura e são gerenciados por duas Associações de Catadores: a Refazendo e a Raio de Luz. No total, cerca de 70 condomínios estão cadastrados. “Estabelecemos os dias e horários para a retirada de acordo com o volume de material e a necessidade do condomínio. Também fazemos a coleta de óleo de cozinha, que são acondicionados em tambores plásticos específicos”, diz Francisca Maria Lima de Araújo, presidente da Associação Refazendo, que funciona no Bairro Assunção.

Para onde vai – A maioria das cidades que possui coleta seletiva organizada pela Prefeitura destina o material arrecadado para cooperativas ou associações de catadores, que são responsáveis pela coleta, triagem, prensagem e comercialização do material. É o que ocorre em São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo. “É com a reciclagem que conseguimos gerar renda e trabalhar dignamente”, comentou a presidente da Associação de Catadores Refazendo, Francisca M. Lima de Araújo, que foi catadora de lixo no extinto Lixão do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, e há 8 anos trabalha na Associação.

Sustentabilidade – Responsável em suas atitudes ambientais, a MBigucci também criou em 2006 o Big Vida, programa que implementa em todas as etapas da obra e também depois de pronta, itens de sustentabilidade, como iluminação natural do canteiro com garrafas pet, reaproveitamento da água do chuveiro e lavatório em vasos sanitários dos canteiros, reciclagem de gesso, madeira e entulho que, em parte, é reaproveitado no canteiro de obras e o restante absorvido por outros mercados. Outra preocupação da empresa é com a conscientização de todos os colaboradores (diretos ou terceirizados) que atuam nas obras e nos escritórios, por meio de cartilhas que abordam temas como meio ambiente, qualidade de vida, segurança no trabalho, entre outros. Os colaboradores também são incentivados a realizar a coleta seletiva em suas casas.

O que pode e o que não pode reciclar:

Vidro
pode: potes de vidro, copos, garrafas, embalagens de vidro.
não pode: vidros planos, lâmpadas, cerâmicas, espelhos,porcelana, cristal, ampolas de medicamentos.

Metal
pode: lata de alumínio, lata de óleo, lata de massa de tomate, de sardinha, ferragens, canos, esquadrias, arames.
não pode: clipes, grampos, esponja de aço, latas de tinta ou veneno, latas de combustível, pilhas, baterias.

Papel
pode: folhas e aparas de papel, jornais, revistas, caixas de papelão, cartolinas, cartões, folhetos, formulários de computador, rascunho de escritório, impressos em geral,
embalagem longa vida (leite ou sucos).
não pode: adesivos, fotografias, etiquetas, papel carbono, papéis engordurados, papel higiênico, papel toalha, papel de fax, papéis metalizados, plastificados e  parafinados.

Plástico
pode: tampas e potes plásticos, garrafas pet, garrafas de água, embalagens de higiene e limpeza, brinquedos, sacos plásticos, sacolinhas de supermercado, PVC e baldes.
não pode: cabo de panela, teclados de computador, espuma, acrílico, adesivos, embalagem de biscoito, embalagem de salgadinhos, embalagem de barrinha de cereais.

Tempo de decomposição no meio ambiente:
Vidro – mais de 10 mil anos
Plástico – mais de 100 anos
Madeira – 6 meses
Papel – de 3 meses a vários anos
Lata de aço – 10 anos
Lata de alumínio – mais de mil anos
Chiclete – 5 anos

Onde solicitar a coleta:
São Bernardo do Campo
Centro de Ecologia e Cidadania Associação Refazendo Rua Bartuíra, 256 – Bairro Assunção Tel.: 4109-9084
Centro de Ecologia e Cidadania Associação Raio de Luz Rua: Guilherme de Almeida, 150 – Vila Vivaldi Tel.: 4362-4948
(Os coletores devem ser comprados pelo condomínio. A retirada do material é agendada de acordo com o volume e a necessidade).

Santo André
Serviço de Saneamento Ambiental (Semasa) Tel.: 115 (somente para ligações de Santo André) Site: www.semasa.sp.gov.br
Postos de atendimento: Centro – Av. José Caballero, 249 Parque das Nações (Serviço Integrado Municipal) – Rua Iugoslávia, 31 Santa Terezinha – Alameda Vieira de Carvalho, 35 Vila Luzita – Rua dos Cocais, 26 Sacadura Cabral – Av. Prestes Maia, 3.550. (Disponibiliza Big Bags, coletores específicos. A retirada é realizada uma vez por semana).

São Paulo
Limpurb – Departamento de Limpeza Pública Alô Limpeza – 3397-1723 / 1724
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/limpurb/
Ou pelo tel.: 156 – atendimento ao público (somente para ligações da cidade de São Paulo).
(Disponibiliza os coletores. A retirada é feita de uma a duas vezes por semana).

DICAS PARA COMEÇAR

Converse com o síndico ou empresa administradora do seu condomínio sobre o assunto, pois o sucesso da coleta seletiva dependerá da sensibilização e mobilização de todos os moradores e funcionários;
Antes de iniciar o processo de coleta, agende uma palestra com representantes das Prefeituras ou órgãos locais para falar sobre o assunto e tirar dúvidas em uma reunião de condomínio;
Não se esqueça de checar se o órgão responsável pela coleta disponibiliza os coletores ou se estarão a cargo do condomínio, se for este o caso, peça dicas para comprar, como quantidade, tamanho e material ideais de acordo com as necessidades do condomínio;
Promova reuniões com os coordenadores, encarregados de limpeza, e demais funcionários do prédio para discutir a organização e envolvimento de todos na coleta seletiva;
Coloque nos murais e elevadores do prédio materiais informativos sobre a coleta seletiva, como tempo de decomposição, o que pode e não pode ser reciclável.

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